Lotados na Gerência de Obras (GOB), os agentes de trânsito Marcelo Alves Moreira e Afonso Celso Ayres, ambos com 11 anos de experiência no Departamento de Acompanhamento e Fiscalização de Obras (DFO), viveram um expediente atípico na noite de 15 de fevereiro, quando auxiliaram Luana dos Santos Passos, 33 anos, a dar à luz à pequena Hortênsia. O parto aconteceu dentro de um automóvel na altura do nº 1.184 da Avenida Rio das Pedras.

VIA: O que vocês estavam fazendo naquele dia? Como encontraram a parturiente?

Afonso Ayres, 51 anos: “Estávamos fiscalizando obras na região do Carrão, quando, por volta de 18:50, um munícipe parou a viatura pedindo auxílio porque tinha uma pessoa dando à luz. Encostamos, desci e fui ver a situação dela: em trabalho de parto dentro do carro. Voltei para apanhar luvas, foi nesse interim que a menina nasceu. A partir daí, a preocupação foi conduzir com segurança mãe e filha até o hospital mais próximo, trajeto feito em 16 minutos.”

VIA: Como é a rotina de vocês geralmente? Fazer um parto é um evento que foge do dia-a-dia de um agente de trânsito. Tinham alguma noção prévia?

Marcelo Alves, 45 anos: “Quando entramos na CET, fizemos um treinamento de primeiros socorros, nos orientaram como agir. Uma vez, eu estava de moto, a serviço na Zona Norte, quando socorri uma moça que estava parindo em uma lanchonete. Ao contar o intervalo entre as contrações, notei que ia diminuindo, ou seja, o bebê iria nascer. Liguei urgente para a Central de Operações, que acionou o Samu.”

Ayres: “A atividade de fiscalização consiste em verificar se obras executadas por diferentes concessionárias na via pública transcorrem de acordo com o programado e, quando terminam, se deixam o local originalmente como ele estava. Para nós, agentes, cada dia na rua é uma ocorrência diferente.”

Alves: “É importante ter a autorização da CET e adotar os procedimentos adequados para canalizar, confinar e sinalizar o local da obra, em prol da segurança de todos. Mas esse dia, o do parto da Luana, parecia uma coisa de Deus. Fomos escalados para fiscalizar obras distantes, estávamos em dupla, Ayres conhecia aquela região da Zona Leste. Deus pôs a gente naquela hora e naquele lugar, na missão de ajudar uma criança a vir ao mundo. Não fizemos o QAR (pausa), mas nem demos falta de tão felizes que estávamos. Foi divino.”

Fotos: Francielly/DAV