Encontro na CET abordou estudo de cruzamentos mais perigosos, contagem regressiva para pedestres e automatização de faixa exclusiva paralela à Av. Paulista

Apresentado por três superintendências da Companhia (SET, STE e SSI), o Fórum Redução de Acidentes e Mobilidade Segura, no auditório do Prédio Barão em 10/9, reuniu 78 participantes que aproveitaram o encontro para se atualizar sobre três projetos desenvolvidos de forma integrada por essas áreas:

1) Estudos e ações praticadas em 60 cruzamentos
A Gerência de Planejamento Operacional (GPO/SET) apresentou o resultado do estudo de 60 cruzamentos com maior número de acidentes com vítimas em São Paulo, entre 2016 e 2018. A análise se baseou nos Relatórios Anuais de Acidentes de Trânsito de 2016, 2017 e 2018 divulgados pela CET.
Nesse período, considerando o campo observado, 1 em cada dez acidentes com vítimas foi atropelamento, e 2/3 tiveram motocicleta envolvida. A participação de motos foi da ordem de 60% nos três anos estudados. Houve diminuição da acidentalidade em cruzamentos semaforizados, e o desrespeito à sinalização de PARE parece ser hoje uma causa comum de muitos acidentes analisados.
Fatores adversos e aleatórios que independem de ações de Engenharia de Tráfego, como a imprudência, sonolência, embriaguez e falha mecânica, contribuem para um acidente acontecer.
Em 2018, ocorreram 20 atropelamentos nos locais observados, resultando em três mortes. Conforme boletins de ocorrência, dos atropelamentos fatais, todos envolveram ônibus.
Destaque positivo para o cruzamento das ruas João Boemer com Santa Rita no Pari: o local figurava como 1º no ranking dos 60 cruzamentos mais perigosos em 2016, com 12 acidentes e 15 vítimas; em 2018 saiu da lista. Em 2017, ostentava ainda a 4ª. posição (5 acidentes e 5 vítimas) e, entre janeiro e julho, registrou quatro acidentes. Mas em agosto de 2017, a CET implantou um semáforo ali e, depois disso, houve apenas um acidente nessa interseção.

2) Automatização de faixa exclusiva paralela à Av. Paulista
Em julho de 2016, a CET deflagrou 5,8 km de faixa exclusiva à direita para ônibus em vias paralelas à Av. Paulista, no sentido Paraíso (Alameda Santos em toda a extensão e trechos das ruas Cubatão e Abílio Soares) bem como no sentido Consolação (em toda a extensão das ruas Cincinato Braga e São Carlos do Pinhal e parte da Rua Antônio Carlos).
As ativações ocorrem quando há interrupção de fluxo veicular total ou parcial na Paulista. Assim, a faixa exclusiva é ativada e desativada por um determinado período de tempo mediante o acionamento de uma placa no amarelo piscante. Quando essa placa está acesa, o transporte público tem a exclusividade garantida na faixa da direita. Quando não estiver acionada, os demais veículos podem transitar livremente.
No Fórum de 10/9, a Gerência de Infraestrutura e Gestão (GIG/SSI) apresentou uma tecnologia de tele gestão para ativação e desativação remota dessa sinalização vertical intermitente: manualmente, a operação demandava 16 colaboradores operacionais em campo, com 2h20 de duração; no modo automatizado, são 14 empregados empenhados que demoram apenas 24 minutos pra ativar e desativar a faixa exclusiva.
A ferramenta de tele gestão utiliza comunicação 3G via rádio, sem custo à CET que firmou parceria com uma empresa privada.

3) Grupo Focal Regressivo de Pedestres
Por sua vez, a Gerência de Projetos Tecnológicos (GPT/STE) trouxe para o Fórum a divulgação da especificação técnica do Grupo Focal Regressivo para pedestres, apresentando as funcionalidades deste equipamento largamente utilizado mundo afora, como nos Estados Unidos, Reino Unido e na Austrália.
Embora seu uso não seja regulamentado pelo Código de Trânsito Brasileiro, o recurso de contagem regressiva que mostra ao pedestre o tempo restante para o próximo estágio de travessia contribuiria, na percepção do corpo técnico, para melhor compreensão do estágio de vermelho piscante, além de melhorar o conforto de quem está concluindo a travessia.
Seguindo recomendação do Denatran, a CET desde 2012 passou a adotar o tempo de vermelho piscante para indicar ao pedestre que é possível concluir a travessia com segurança, mesmo que esta seja iniciada no último segundo de verde.
No parque semafórico paulistano, de um total de 6.509 cruzamentos semaforizados, 3.637 contam com grupo focal de pedestres. Até o final deste ano, 100% do parque deve ter passado pela reconfiguração do vermelho piscante, em conformidade com a recomendação da autoridade nacional de trânsito.

Fotos: Antônio Nascimento/DAV