Movimento inclui campanha na mídia até junho do ano que vem e ações de conscientização e mobilização para melhorar a segurança no trânsito

 

 

A Prefeitura de São Paulo lançou no dia 29 de novembro o Movimento pela Vida Segura no Trânsito, uma campanha de conscientização sobre segurança viária. O objetivo é mobilizar e engajar a população nos esforços para a redução do número de mortes e acidentes no trânsito da cidade. Ao longo de 2018, a capital paulista registrou 828 ocorrências fatais que vitimaram 849 pessoas.

A ação, que envolve a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT), a Secretaria do Governo Municipal (SGM) e a Secretaria Especial de Comunicação (Secom), tem como mensagem principal o slogan “Hoje Não: um Movimento pela Vida Segura no Trânsito”, baseada no Plano de Segurança Viária – Vida Segura.

A campanha é dividida em três fases. A primeira é de mobilização, iniciada em 29/11 e que se estenderá pelo mês de dezembro. Para chamar a atenção e despertar a curiosidade da população, entre os dias 26 a 28/11, uma ação publicitária antecipou o que viria adiante, sem dar muitas explicações, para estimular especulações. Exatamente 849 pontos de ônibus da cidade foram identificados, cada um representando uma vítima, “VÍTIMA Nº XXX”. Não havia outras informações.

No dia 29/11, após coletiva de imprensa que elucidou o “mistério” dos pontos de ônibus e anunciou a campanha, foi iniciada a veiculação dos filmes e spots de rádio, além de peças impressas e ativação de ações, como a projeção de imagem com a mensagem “Acidentes fatais. Hoje Não. Movimento pela Vida Segura no Trânsito”, na fachada do Edifício Anchieta, no cruzamento da avenida Paulista com a Consolação.

Entre as mídias programadas para a campanha estão filmes de 30 e de 60 segundos para televisão aberta e fechada, spots de 30 segundos para rádios e boletins de dez segundos estimulando respeito às leis de trânsito e comportamentos seguros. Também haverá veiculação da campanha na mídia impressa (jornais e revistas), digital (sites), redes sociais e ações de impacto (intervenções em mobiliários urbanos), no esforço de promover a conscientização.

O filme principal da fase de mobilização tem 1 minuto. A trilha é a música Sujeito de Sorte, de Belchior, que diz “Tenho sangrado demais, tenho chorado pra cachorro. Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro!”.

Na primeira semana de dezembro, a Prefeitura instalou bandeiras brancas (simbolizando a paz no trânsito) em monumentos e ícones arquitetônicos para alertar para o assunto. Assim, o Edifício Matarazzo (sede da Prefeitura), o Theatro Municipal, o Obelisco do Ibirapuera, a estátua de Borba Gato, em Santo Amaro, e o Complexo Viário Padre Adelino, no Tatuapé, irão ostentar bandeiras brancas, como “uma das formas de levar para a população uma mensagem de que é preciso transitar pela cidade de forma mais gentil, para coibir excessos e evitar acidentes”, explica o secretário de Mobilidade e Transportes, Edson Caram.

 

 

Aproximadamente 1.000 taxistas também aderiram ao movimento e estão levando em seus veículos bandeiras brancas, buscando a conscientização de passageiros, desde o dia 3/12.

 

 

Na sexta-feira, 6/12, outra iniciativa da fase de mobilização tomou a Av. 23 de Maio. Este importante corredor de ligação da cidade amanheceu com 849 cruzes, em referência às vidas perdidas em acidentes de trânsito no ano passado. A ação chamou a atenção de toda a mídia. Emissoras de rádio e televisão, bem como os impressos e portais de notícias, destacaram a ação do Movimento pela Vida Segura no Trânsito.

 

 

As cruzes estão voltadas para os dois sentidos do Corredor Norte-Sul, em um trecho de 900 metros entre o Viaduto Pedroso e o Monumento dos 80 Anos da Imigração Japonesa. Seis painéis de mensagens variáveis – três em cada sentido da via – exibem os dizeres “849 Vítimas Fatais. Hoje Não – Movimento Vida Segura no Trânsito”.

A partir de sábado, dia 7/12, entra em cena o segundo filme da campanha, que abre a segunda fase, dedicada à segurança dos motociclistas. Em 2018, o número de óbitos desses condutores, pela primeira vez, ultrapassou a quantidade de pedestres que morreram atropelados em São Paulo. Foram 366 vítimas fatais em motos, ante 349 pessoas a pé.

 

 

A fase de proteção aos motociclistas contará com filmes para televisão e spots de rádio, com 30 segundos cada um. O roteiro narra, na perspectiva de uma mãe, a morte de um jovem em um acidente sofrido após exceder o limite de velocidade na moto. Ela lamenta a perda do filho e finaliza com um apelo para que todos os motociclistas respeitem as leis de trânsito. O impacto de se trabalhar o tema “mães” foi avaliado com um grupo focal de motociclistas, que aprovaram a utilização desse conceito para conscientizar os condutores.

Também haverá conteúdo para internet e peças para mobiliário urbano. O anúncio nos abrigos de ônibus terá a foto de um personagem real que perdeu a perna em um acidente de moto.

Já a terceira fase será voltada à sensibilização para os pedestres ao longo do primeiro semestre de 2020.

O investimento da Prefeitura com o Movimento é de R$ 20 milhões. A campanha segue até junho de 2020.

Concretização do Vida Segura

Consolidando a aplicação do Plano de Segurança Viária – Vida Segura, a SMT dará início, simultaneamente com a campanha, à fase de obras das ações previstas no Vida Segura, contemplando todas as regiões da cidade.

O Vida Segura é baseado nos conceitos de Visão Zero e Sistemas Seguros, que partem da premissa de que nenhuma morte no trânsito é aceitável e que todo mundo, inclusive o poder público, deve assumir sua responsabilidade para a redução dos acidentes. Criado na Suécia em 1997, o Visão Zero já é usado como referência em cidades como Nova York, Cidade do México e Bogotá. Em São Paulo, este projeto está contemplado no Plano de Metas da Prefeitura (2019-2020).

Neste final de ano, começam as obras para implantação do programa Via Segura na Estrada de Itapecerica. Com 9 quilômetros de extensão, é um importante corredor de ligação da zona sul, que faz divisa com Itapecerica da Serra. Em 2018, a via registrou nove acidentes fatais, com dez óbitos dos quais 9 foram de motociclistas.

A ideia é implantar o rearranjo de geometria em cruzamentos, de modo a tornar a Estrada de Itapecerica uma via mais segura. As obras devem ser concluídas em 2020.

Além dessa intervenção, a consolidação de Áreas Calmas em Santana e São Miguel Paulista, a conclusão da Rota Escolar Segura em Itaquera (Cohab José Bonifácio), a extensão de calçadas com pintura verde em 100 pontos da capital e a implantação do Programa Pedestre Seguro em mais sete corredores são outras medidas a se concretizarem em 2020.