Montadora chinesa apresentou dois modelos e abriu espaço para que agentes da CET esclarecessem dúvidas sobre sinistros envolvendo veículos elétricos

 

No terceiro dia da 40ª. SIPAT, agentes de trânsito da CET participaram, no Pátio Estaiadinha, de um evento coordenado pela montadora de veículos chinesa GWM. Denominado “Desvendando o carro elétrico”, o encontro teve por objetivo esclarecer as dúvidas do corpo operacional sobre o procedimento adequado ao lidar com as peculiaridades dos veículos elétricos envolvidos em sinistros, com vistas à preservação da segurança viária.

Um dos primeiros questionamentos foi a respeito das possibilidades de choque elétrico, caso haja contato com cabos. Foi explicado à plateia que os veículos elétricos contam com um mecanismo de isolamento semelhante ao sistema de aterramento. Ou seja, tão logo haja detecção de corrente elétrica, esse risco é dirimido e o sistema, desativado por segurança.

O tema “guincho” também foi muito abordado. Como o motor dos veículos é elétrico, se as rodas girarem enquanto o carro estiver desligado, uma energia será gerada, danificando o sistema eletrônico do carro. Para guinchar veículos elétricos, as rodas precisam estar suspensas. É recomendado que se utilize patins nas quatro rodas, pois, externamente, não é possível identificar se um veículo elétrico é dotado de tração 4×2 ou 4×4.

Na hipótese de incêndio em veículos elétricos, recomenda-se que a área seja isolada dos outros veículos. Se o fogo estiver vindo da bateria, há tendência que ela estufe e acabe por potencializar o incêndio.

Sobre a temível pane seca, já existem serviços de resgate a veículos elétricos. Funciona assim: uma caminhonete equipada com um gerador, ou carregador, é plugada ao veículo solicitante, recarregando a carga da bateria. O tempo de carga varia de acordo com a tecnologia presente em cada modelo.

Silvio Rodrigues de Paula, agente de trânsito da GET MB, atua como guincheiro e se mostrou satisfeito com as orientações recebidas: “Foram bem claras sobre aquilo que podemos, ou não, fazer com os veículos elétricos em campo. Em algumas situações, não depende de nós, mas sim das condições do carro para fazer sua remoção.”

Seu colega Antônio Gomes, também da GET MB, elogiou a iniciativa como positiva e interessante, já que os agentes lidam diariamente com remoção de veículos e desobstrução de vias: “A gente precisa realmente dessas informações. Tínhamos muitas dúvidas; agora, já está mais claro.”

O gerente da área de engenharia e técnica da GWM, Fernando Bosio, destacou a aproximação entre a montadora e a Companhia de Engenharia de Tráfego: “É importante ter a comunicação com esse grupo (agentes da CET), para auxiliar no entendimento deles da parte do reboque, também para não gerar mais prejuízo em uma situação na qual o carro imobilizado precisa ser retirado de uma via. É interessante compartilhar esse conhecimento, para que a operação seja realizada de maneira correta.”

 Texto: Vitor Hugo Silva
Fotos: Gabriella Lemos