A Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), seguindo o calendário mundial de ações educativas da World Gastroenteroloy Organisation (WGO), mobiliza-se para o Dia Mundial da Saúde Digestiva, celebrado em 29 de maio, com o tema “Da azia a constipação intestinal – Sintomas comuns de doenças Gastrointestinais na comunidade: Impacto e Interpretação”.

O principal objetivo da campanha, organizada em diversos países, é sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a importância da correta interpretação dos sintomas e o rápido tratamento, além da adoção de um estilo de vida mais saudável, com uma alimentação equilibrada.

Azia

A azia é o principal sintoma da Doença do Refluxo Gastresofágico (DRGE). É uma sensação de queimação que sobe da região do estômago para o esôfago.

O tratamento deve ser feito com mudanças no hábito alimentar, evitando alimentos gordurosos e frituras, condimentos picantes e a ingestão de muito líquido durante as refeições, principalmente refrigerantes gasosos. Evitar também deitar após as refeições, o que favorece muito o refluxo e a azia. A incidência da azia é alta na população ocidental, variando de 10% a 20% nos Estados Unidos e Europa e sendo de 11,9% entre brasileiros urbanos (Moraes-Filho et. al., 2005).

O refluxo é o retorno do ácido gástrico do estômago para o esôfago. Ocorre devido a um defeito na válvula que controla a passagem de alimento de um órgão para o outro. Na ingestão dos alimentos a válvula se abre para a passagem destes para o estômago e não volta à posição normal, o que permite que o suco gástrico retorne para o esôfago, machucando as paredes do órgão, o que causa azia e queimação.

Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Os distúrbios funcionais intestinais respondem por um grande número de atendimentos médicos. A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é reconhecidamente uma das mais comuns, sendo descrita em todo o mundo, atingindo homens e mulheres de qualquer faixa etária, sem distinção racial.

A cada ano, aproximadamente 60 a 90 milhões de novos casos, em todo o mundo, poderão receber o diagnóstico da SII, que é essencialmente clínico, pela inexistência de anormalidades físicas, radiológicas e endoscópicas ou achados laboratoriais indicativos da doença.

As queixas principais são representadas por dor ou desconforto abdominal que se aliviam com a evacuação, pela eliminação dos gases, diarréia e/ou constipação intestinal (prisão de ventre).

Constipação intestinal

De acordo com várias publicações, se constata que a constipação intestinal ocorra em cerca de 20% da população ocidental, sendo mais presente em mulheres, crianças, idosos e nos indivíduos de menor classe econômica. Os principais sintomas são evacuações pouco frequentes, menos de três vezes na semana, difíceis, requerendo esforço, sensação de fezes endurecidas, de pequeno volume ou calibre e defecação incompleta.

As causas mais comuns são ingestão alimentar inadequada, sedentarismo, perda do reflexo da evacuação e postura incorreta no ato da defecação, entre outras. O menor consumo de vegetais e leguminosas também comprometem o estímulo para evacuação.

O estilo de vida atual, com diversos compromissos, ritmo de trabalho acelerado, tarefas concomitantes favorecem a má alimentação, onde se troca uma refeição balanceada por pratos rápidos, lanches gordurosos, ou até o adiamento e suspensão das refeições. Desta forma o reflexo gastrocólico fica prejudicado, gerando a constipação intestinal.

Dispepsia funcional (má digestão)

A dispepsia é um distúrbio no aparelho digestivo e é considerada como uma má digestão, geralmente manifestando-se por sensação de empanzinamento, “estufamento” após as refeições, náuseas e eructações (arrotos) frequentes. Pode manifestar-se também por dor no abdômen superior, tipo queimação. Após adequada avaliação clínica realizada através de métodos comuns de imagem (endoscopia e ultrassom), têm-se ao diagnóstico de dispepsia funcional. É um sintoma frequente na população em geral, ocorrendo entre 20% a 40% daqueles que procuram atendimento médico.


“Os sintomas das doenças gastrointestinais podem traduzir pequenas mazelas como podem também ocultar doenças mais significativas. Portanto, cabe ao médico, em especial ao gastroenterologista, avaliá-los adequadamente”, finaliza o presidente da FBG.


Fonte:
– Federação Brasileira de Gastroenterologia
www.fbg.org.br/

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