Pesquisa mostra que adultos pressionados pelos compromissos profissionais e pessoais
são os mais sedentários no Brasil

Segundo uma pesquisa do Instituto Ipsos encomendada pelo SESC, os adultos estão na faixa etária com maior índice de sedentarismo: enquanto 43% dos jovens de 16 a 24 anos se exercitam pelo menos uma vez por mês, o número cai para 22% na faixa de 35 a 44 anos, voltando a subir para 29% entre os maiores de 60 anos. A pesquisa, feita em agosto de 2013, ouviu mil pessoas de 70 cidades brasileiras e tem norteado as ações da Campanha Move Brasil, que pretende aumentar o número de brasileiros praticantes de esportes e atividades físicas até 2016.

Os números jogam luz sobre algo observado há muito tempo por profissionais da educação física: as responsabilidades da vida profissional e pessoal fazem com que os adultos pratiquem menos atividades físicas do que as crianças, adolescentes e idosos.

Segundo a pesquisa, entre as principais razões para o abandono da prática esportiva estão a falta de tempo (citada por 47%) e o cansaço (28%). “A pessoa entra na vida produtiva e as exigências do mundo do trabalho fazem sobrar pouco tempo”, observa o professor da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Marco Paulo Stigger. “Na idade mais avançada, aposentada, a pessoa começa a ter mais tempo, preocupa-se com a saúde e tenta encontrar atividades físicas e grupos de conveniência”.

Na opinião de Marco Paulo, para reverter esse quadro seria necessária uma política universal que atendesse a todos os extratos sociais, estimulando as pessoas a movimentarem o corpo em espaços públicos por exemplo. “Claro que uma academia também é um local de sociabilidade, mas acredito no incentivo de práticas em que as pessoas encontrem sentido para a vida, não apenas buscando mexer os músculos”, propõe.

Qualidade de vida

Os benefícios da prática esportiva na idade adulta vão além da melhora do condicionamento físico, explica o professor do Departamento de Fisiologia da Escola Paulista de Medicina Antonio Carlos da Silva. “Há maior disposição para as atividades da vida diária, como ganho na produtividade laboral.

O aumento da produção das chamadas endorfinas e outras substâncias corporais levam a uma melhora do humor e da convivência social”, explica ele, que chama também a atenção para os perigos do sedentarismo. “Entre os riscos está o desenvolvimento de doenças crônico-degenerativas, principalmente cardíacas e circulatórias, diabetes e vários tipos de câncer”, exemplifica. “O esporte, isoladamente, não tem poder curativo para quase nenhuma doença, mas possui um grande efeito na melhora da qualidade de vida”.

Para Antonio Carlos, incentivar a prática contínua e permanente de esportes na vida adulta é uma das grandes lutas dos sistemas de saúde em todo o mundo: “É preciso manter os esforços atuais e investir na educação física escolar, que é o momento adequado para desenvolver o gosto e o hábito para atividades esportivas saudáveis e recreacionais”.

PRÁTICA ESPORTIVA NÃO TEM IDADE

ATIVIDADES FÍSICAS PODEM FAZER PARTE DO DIA A DIA DE QUALQUER PESSOA

Os grupos de prática de esporte são muito comuns. Você participa de algum? Queremos saber onde é seu grupo, qual esporte praticam e com que frequência.

Fonte:
revistae@sescsp.com.br

Gerência de Recursos Humanos
Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho – DSS